Um espaço-modelo para a educação agrícola e do campo e o desenvolvimento sustentável no coração do semiárido brasileiro: essa foi uma das pautas apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por uma comitiva do IFPB em um encontro na tarde desta quinta-feira (28). A equipe formada pelo Diretor-geral do Campus Cajazeiras, professor Abinadabe Andrade, pelo estudante do curso de Engenharia de Controle e Automação do Campus Cajazeiras, Daniel Almeida dos Santos, e pelo Diretor-geral do Campus Sousa, professor Chico Nogueira, que representou a Reitora Mary Roberta Marinho, participou de uma agenda com o presidente Lula em Cachoeira dos Índios (PB), onde o mandatário participou da cerimônia de entrega do primeiro trecho do Ramal do Apodi, que faz parte do Eixo Norte da transposição do Rio São Francisco. 

Durante o encontro, o presidente Lula parabenizou o discente do IFPB Daniel Almeida dos Santos  e os seus companheiros de equipe pela vitória conquistada em uma competição internacional de tecnologia realizada na China, a Huawei ICT Competition. Em seguida, o presidente recebeu das mãos do Diretor Chico Nogueira uma proposta de transformação do Campus Sousa em um Centro de Referência para a Agricultura Familiar do Semiárido Brasileiro, destinado a iniciativas como oferta de capacitações técnicas, processamento agroindustrial, uso de tecnologias digitais para gestão da produção, produção de sementes crioulas, educação ambiental e formação cidadã.  

O ofício entregue pelo gestor do Campus Sousa ao presidente destaca o papel da instituição para a formação técnica e profissional de jovens do campo e para o desenvolvimento rural sustentável da região. Na opinião do professor Chico Nogueira, a trajetória de mais setenta anos de atuação do campus o credencia a ser um polo de execução de políticas públicas nas áreas de abastecimento e gestão de recursos hídricos, produção de alimentos saudáveis e segurança alimentar e de fornecimento de educação pública e de qualidade à população. 

“Dispomos de uma Escola Fazenda com 128 hectares, situada em área irrigável, e já recebemos a água da Transposição do Rio São Francisco. Temos corpo docente qualificado, infraestrutura básica, projetos exitosos de pesquisa e extensão, e profundo enraizamento junto às comunidades. Falta-nos, apenas, o investimento que transforme potencial em política pública estruturante. Precisamos contar com o apoio do governo federal para viabilizar essa proposta que trará enorme desenvolvimento e prosperidade para o Semiárido e para os jovens do campo e da cidade”, afirmou o diretor. 

O professor reforça ainda a demanda por apoio do poder executivo federal para potencializar o uso das águas da transposição do São Francisco no campus, ampliando suas aplicações na agricultura irrigada, na produção de alimentos e na criação de animais. O documento também reivindica investimentos para requalificação da infraestrutura física e aquisição de maquinário, além de ações voltadas à formação continuada do corpo técnico da instituição e a realização de acordos e colaborações técnicas com atores como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA),  a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), e associações de produtores rurais e demais entidades da sociedade civil.