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Projeto de impressão 3D do IFPB conquista destaque nacional no Prêmio IEL de Talentos da Construção
O Instituto Federal da Paraíba (IFPB) – Campus João Pessoa conquistou dois importantes reconhecimentos na primeira edição do Prêmio IEL de Talentos da Construção, realizado no dia 26 de setembro, no Rio de Janeiro. A instituição ficou em 2º lugar na categoria Cidades e levou também o 1º lugar no voto popular, com o projeto “Manufatura aditiva (impressão 3D) aplicada à construção civil com base em materiais mais sustentáveis e leves”.
O prêmio, promovido pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), reuniu 158 propostas de todo o Brasil, desenvolvidas por estudantes de engenharia, arquitetura e urbanismo. A iniciativa buscou valorizar ideias inovadoras que apontem caminhos para reduzir os impactos das mudanças climáticas nas cidades, incentivando soluções alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A equipe do IFPB foi composta pelos estudantes Mariah Xavier Brito, Moisés Rondenell Silva Lima e Sérgio Gonçalves da Silva Júnior, todos do curso de Engenharia Civil, sob orientação do professor Marcos Alyssandro Soares dos Anjos. O grupo representou a Paraíba em um evento nacional que contou com projetos avaliados por especialistas, investidores e lideranças do setor da construção.
O professor Marcos Alyssandro destacou o esforço coletivo e lembrou que o projeto começou a ser desenvolvido em plena pandemia e se trata de uma tecnologia 100% paraibana. “Esse projeto de manufatura aditiva para a construção civil vem sendo trabalhado desde 2020, quando, com recursos próprios, conseguimos montar a nossa primeira impressora de concreto. De lá para cá, já evoluímos muito. Hoje, somos o único grupo de pesquisa do Brasil que domina tanto o desenvolvimento de impressoras tipo pórtico quanto a criação de misturas cimentícias sustentáveis, com baixo teor de cimento”, comentou.
O docente ressaltou que o reconhecimento é resultado da dedicação de alunos e ex-alunos que seguem colaborando com o grupo de pesquisa. “O prêmio IEL é o reconhecimento de um esforço coletivo: uma equipe aguerrida, incansável e com forte base científica. Temos alunos de diferentes áreas – Civil, Mecânica, Elétrica, Ensino Médio, mestrado e doutorado – todos unidos em torno do mesmo propósito. Esse resultado mostra que, com criatividade e dedicação, conseguimos fazer pesquisa de ponta com tecnologia 100% paraibana.”
Para os estudantes envolvidos, o projeto representa uma verdadeira transformação pessoal e profissional. Sérgio Gonçalves da Silva Júnior destacou a importância da experiência. “Esse projeto tem sido uma experiência transformadora, pois nos capacita em uma das tecnologias mais promissoras da Engenharia Civil, a impressão 3D de estruturas com baixo impacto ambiental. O prêmio mostra que nosso trabalho vai além do laboratório, abrindo portas para congressos, concursos e contatos que fazem toda a diferença na nossa formação.”
Já Moisés Rondenell Silva Lima reforçou o impacto da conquista. “Esse prêmio é essencial para nós do IFPB, porque reconhece o potencial de inovação da nossa pesquisa e nos coloca em evidência entre os principais nomes da construção civil no Brasil. É um marco para o desenvolvimento da impressão 3D em concreto no país e abre portas para levarmos nossas ideias ao mundo.”
Segundo o professor, a iniciativa contou com apoio do IFPB por meio dos editais Interconecta e Q-Inova, fundamentais para aquisição de insumos, além de parcerias com a SETEC-MEC e a Fapesq, que possibilitaram a criação da startup 3D Eco House. A empresa, formada a partir da pesquisa, já projeta impressoras capazes de construir paredes em tamanho real e peças modulares para edificações.
Sustentabilidade como eixo central
O projeto premiado busca aplicar a impressão 3D à construção civil, utilizando misturas mais leves e de baixo teor de cimento, o que reduz significativamente as emissões de carbono. Em algumas composições, é possível substituir o cimento por combinações de solo e água, eliminando completamente a pegada de carbono associada ao material.
Além de minimizar impactos ambientais, a proposta abre caminhos para a redução de custos, a agilidade em obras e a possibilidade de criar soluções habitacionais sustentáveis, atendendo a demandas sociais urgentes, como a produção de moradias populares.
O alcance da pesquisa já ultrapassa os limites do campus. O grupo de investigação do IFPB tem publicações em revistas internacionais e participa de congressos em países como Inglaterra, Alemanha e China. A startup 3D Eco House, criada a partir da pesquisa, vem testando protótipos e ampliando o escopo de aplicação da tecnologia.
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